A alimentação inúmeras vezes se torna um grande tabu na família, principalmente porque aprendemos a gostar ou desgostar de um alimento não só seguindo o que os pais dizem, mas também observando seus hábitos alimentares. Quanto mais naturalidade há durante o processo de alimentação, mais facilmente a criança entende que é algo comum comer brócolis, por exemplo. Sem muitas explicações, sem forçar a barra em relação a algum alimento…
Colher e mamadeira são bem mais práticas de serem utilizadas e muitos pais recorrem a elas para facilitar o dia a dia, mas com o desenvolvimento das habilidades motoras infantis, é importante estimular a alimentação variada. Em relação à inserção de alimentos, uma técnica bacana e bastante utilizada é da BLW (Baby-ledWeaning ou, em português, Desmame Guiado pelo Bebê), que consiste em oferecer a comida em pedaços e permitir que a criança se sirva sozinha, experimentado o que os outros (incluindo adultos) também estão comendo. A ideia é tocar nos alimentos sem nojo, brincar com a comida, experimentar sabores e texturas e, claro, se sujar.
Se ao introduzirmos alimentos apenas utilizamos comidas pastosas, pode-se gerar certa resistência a produtos naturais, como legumes, verduras e frutas por conta da textura. Fica mais difícil se adaptar. Muitas vezes, a dificuldade de comer alimentos naturais está ligada ao preparo mais trabalhoso do que massas e carboidratos em geral. Além disso, a facilidade de acesso a produtos industrializados, com muito açúcar, sódio e conservantes, é outro fator que prejudica a alimentação dos pequenos e não contribui para bons hábitos alimentares. Inserir esse tipo de alimento na dieta das crianças deve ser adiado ao máximo, e o consumo de açúcar processado não é recomendado antes dos dois anos de idade.
Às vezes a criança não gosta apenas de algum alimento específico e é importante respeitar, porque se alimentação é equilibrada, não faz sentido questionar esse gosto, algo que é totalmente diferente das crianças que não comem nada saudável. Nesses casos, é importante procurar orientação de pediatras e/ou nutricionistas para fomentar a ingestão de alimentos naturais.
Outra coisa interessante é a participação dos pequenos na confecção dos alimentos. Procurar pequenas tarefas que possam ter a colaboração deles é bem legal e ajuda a inserir a ideia de cuidado com o ato de se alimentar.
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