Sabe quando duas crianças resolvem brigar por conta da brincadeira? Quem nunca passou por isso? Essas situações, em sua maioria, fazem os pequenos chorarem, os deixam tristes e com raiva. Essa é a reação esperada.
Já se há uma discussão entre adultos, por serem mais reprimidos, possuidores de mais recursos sociais e psíquicos, por conseguirem avaliar a situação em que estão inseridos, não podem externar com total clareza os sentimentos e reações. Geralmente, há muitas outras questões envolvidas.
Às vezes está no adulto a dificuldade de lidar com os sentimentos hostis, o que acaba sendo passado para os pequenos, mas essa é uma barreira que precisa ser vencida. É importante nomear para as crianças – dizer de fato o nome do que se está sentindo – e pontuar que isso é humano. Acolher e validar o sentimento, independente de qual seja, ao invés de reprimir. Aproveite e forneça alternativas a se fazer, incentive e pense em opções junto delas.
Vale lembrar que no mundo infantil as coisas são muito mais objetivas e essas conversas devem acontecer de acordo com a idade. Crianças pequenas ainda possuem um vocabulário muito restrito, menos capacidade cognitiva e foco de atenção muito restrito. A forma de lidar com as questões emocionais e explicar os sentimentos, assim como comentamos no post sobre responsabilidades, deve acompanhar ao processo de desenvolvimento infantil.
Outra recomendação é evitar a imposição a todo tempo de sentimentos nobres, como se sentir raiva fosse algo ruim, assim como a tristeza. É esperado que numa situação agressiva a pessoa sinta raiva, o que não significa que vai matar alguém, agredir ou cometer um ato de violência. Não é disso que se trata. O que fazemos com isso é o que nos distingue dos outros. É importante passar pelo sentimento, entender do que se trata para poder, eventualmente, mudar alguma coisa em relação a ele.
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