Como ter uma criança prodígio?

A ideia de se ter um filho prodígio pode passar pela imaginação de muitos pais, contudo, antes de mais nada, devemos pensar no porquê se deseja ter um filho. Quais são as motivações e expectativas em torno do tema? Passado esse ponto, há algumas perguntas legais de se fazer: “Filho prodígio pra quem? Para quê? E o que você entende por filho prodígio?”.

Desejar que a criança seja um prodígio não é muito apropriado. Claro que os pais esperam coisas para os filhos (e dos filhos), porém, esses anseios podem habitar âmbitos menores, como querer que as crias sejam felizes. Determinadas expectativas podem se tornar cobranças e não são nada legais para os pequenos, como, por exemplo, esperar que sigam a mesma carreira dos pais. Essa é uma escolha que só será feita na fase adulta ou no final da adolescência e forçar a definição de uma profissão pode, ainda que inconscientemente, desencadear questões no futuro. Claro que perguntas do tipo “o que você vai ser quando crescer?” são interessantes, pois estimulam a criatividade e passam a ideia de planejamento e organização. O que não vale é discutir sobre a decisão com os pequenos por achar a ideia inviável ou inapropriada. A proposta é estimular o sonhar, não tolher a imaginação.

Lembrando o que já falamos sobre o que a criança entende por afeto e amor – outro post aqui do perfil –, se olhamos para os pequenos quando fazem algo bom, vão se constituir procurando fazer coisas legais. Agora, se apenas nos conectamos quando fazem coisas erradas, buscarão, por meio da repetição dessa atitude ao longo da vida, chamar a atenção.

Outro ponto a se considerar é a autorreparação. Por terem tido uma infância difícil, muitos pais enchem os filhos de presentes, brinquedos e mimos, mas a criança não entende a falta anterior dos pais (porque ela não é dela), e essa infinidade de agrados não significa, necessariamente, felicidade para ela. Também precisamos ter cuidado em relação à cobrança por boas notas na escola. Devemos nos desfazer da construção de que filho bom é aquele que tira nota alta e que passa de ano.

Não é isso que pauta exclusivamente o desenvolvimento da criança, nem sua capacidade intelectual. Focar exclusivamente nesse ponto pode gerar uma cobrança muito alta para os pequenos e impactar negativamente em sua formação.

A ideia é respeitar o tempo de cada uma das fases pelas quais as crianças passam, e o que é respectivo a esses períodos. Tratar uma criança de dois anos como um indivíduo de dois anos, e acompanhar esse crescimento e evolução ao longo da vida. Devemos ter atenção a cada fase e o que é esperado dela. Por exemplo, o embate na adolescência, bem característico do momento de vida.

 Então, quando perguntam o que fazer para ter um filho prodígio, apresentamos uma simples resposta: não tem receita. Vamos pensar que prodígio é aquela criança que está respeitando o seu desenvolvimento, no seu tempo e de acordo com cada fase.

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