A quarentena pegou. Para muitas pessoas ela chegou e incomodou. E por quê? Esse momento nos convida a olhar para dentro versus todo o externo de decisões que tomamos ao longo dos anos. Diante de nossa realidade interna psíquica está o que podemos fazer em prol de nós mesmos; e o que poderíamos haver feito. Somos chamados a pensar soluções e alternativas e esse processo não é nada fácil.
A autoestima, também conhecida pelos psicanalistas como uma parte do narcisismo secundário, é colocada em xeque. É dentro da vivência do lar que podemos observar a forma de nos relacionarmos, como cuidamos de nós mesmos, como comemos, dormimos, nos alimentamos, como é nossa higiene… A forma de lidar com essas situações é reflexo do cuidado que recebemos nos primeiros meses de vida.
Dada a quarentena, é possível avaliar o valor que damos a nós mesmos. Quão organizada é nossa vida? Como anda a saúde? Onde, como e com quem moramos? Fizemos investimentos em móveis adequados ou adquirimos “o mais barato”? É nesse momento que nos percebemos sujeitos das escolhas que fizemos.
A casa representa a nossa internalidade psíquica.
Isso se amplia em tempos de distanciamento social. Ao mesmo tempo que nos relacionamos com aqueles que dividem o teto, estamos em profundo contato conosco mesmos e nossos objetos. Há espaço para a solitude? Há privacidade e individualidade? Você é capaz de respeitar isso no outro, sejam eles crianças, adolescentes ou idosos? Qual o limite entre o seu espaço e o de outra pessoa?
Quais foram nossas escolhas? Quais serão as novas?
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