Se pararmos para pensar, a palavra rotina vem carregada de sensações de obrigação, o que gera muito incômodo. Há também várias literaturas e textos que propõem como sair dela, sempre apresentado como uma ideia de castigo ou punição. Só que nos esquecemos de que nós, seres humanos, somos cíclicos, temos períodos (dia e noite, semana, mês, ano…) e deixamos de lado a sua importância em nosso dia a dia.
Agora vamos imaginar um bebê. É como se ele nascesse com os horários predefinidos. Por natureza acordam cedo – despertando algumas vezes os cuidadores ainda de madrugada -, sem nenhum motivo aparente, apenas pelo próprio relógio biológico, e criam sua rotina já nas primeiras horas do dia e semanas de vida. À medida em que se condicionam aos horários dos adultos, acordam cada vez mais tarde e mudam alguns hábitos anteriores.]
Por mais que pareça enfadonho para nós, a ideia de organizar o tempo, com momentos determinados para dormir, acordar, comer e fazer as tarefas, é extremamente importante para as crianças, e é entendida como estabilidade. Ou seja, quanto mais as coisas acontecem “nas horas conhecidas”, mais elas se sentem seguras no ambiente em que se encontram e também com a família.
A rotina é importante não só para os pequenos, mas também na vida adulta. Essa estruturação é algo que o indivíduo leva para sempre. Por exemplo, crianças que estudaram no período da tarde e não tinham um horário definido para despertarem pela manhã podem se tornar, futuramente, pessoas com problemas em acordar cedo.
Muitas vezes, enquanto adultos, fica difícil inserir a rotina em nossa vida, mas como cuidadores, precisamos nos atentar para promover isso aos pequenos, pensando em seu próprio bem. Recomendamos que a rotina seja inserida desde sempre, sem dificuldades e, principalmente, sem a ideia de ser algo ruim. Obviamente, é complicado no início, mas é importante dar a criança um tempo próprio, dela, não a deixando apenas submetida aos horários dos mais velhos.
